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No dia 25 deste mês partirão para Ocua 3 estudantes de medicina da Universidade do Minho com o apoio logístico dos
Como alunas do 4º ano da Licenciatura de Medicina, na Universidade do Minho, decidimos alargar horizontes e embarcar numa acção voluntária ao continente africano no âmbito da área curricular “Projecto de Opção”. Esta área permite, a cada aluno, desenvolver um projecto que julgue oportuno para a sua formação. Findo o período reservado para a realização do mesmo, decorre uma conferência em que o aluno deverá expor, perante um júri, dados acerca do projecto, e de que forma o trabalho contribuiu para a sua formação técnica e humana.
Porque “nada do que é humano deve ser estranho ao médico” julgamos importante vivenciar a prática médica em diferentes contextos socio-económicos. Para a concretização deste projecto obtivemos o imprescindível apoio da OMAS/Leigos da Boa Nova.
Pretendemos integrar uma equipa que presta cuidados primários e indispensáveis, num posto de saúde rural organizado pelas Missionárias da Boa Nova, em Mahipa, uma área economicamente pobre no Norte de Moçambique. A população de Mahipa é constituída por 4.000 habitantes. Esta comunidade apresenta sessenta por cento de analfabetos e um grave défice de recursos humanos e materiais, que se traduz numa elevada taxa de mortalidade infantil e marcada incidência de problemas de saúde, nomeadamente malária, lepra, diarreia e desnutrição, doenças facilmente prevenidas e tratadas quando na presença dos recursos apropriados.
Esperamos que a nossa acção de voluntariado possa ser uma mais valia para a comunidade de Mahipa e um forte contributo para a nossa formação enquanto futuras profissionais de saúde.
1. Conheci há dois anos, num simpósio efectuado na Tailândia, um velho missionário católico americano, de seu nome Bob McCahill, que trabalha no Bangladesh há cerca de trinta anos. O Bangladesh é um dos países mais pobres do mundo, e a sua população é maioritariamente muçulmana.
2. Bob McCahill escolheu viver entre estes muçulmanos pobres, os mais pobres de entre os pobres. Pouco lhe importa a religião que professam. Escolheu viver pobre no meio deles. Convive com eles. Fala com eles. Leva os doentes ao hospital. Sente-se feliz por poder estar ao serviço dos pobres, levando-lhes um pouco de alegria.
3. Antes de iniciar este já longo serviço de amor no Bangladesh, Bob McCahill passou pela Índia, e teve um importante encontro com Gandhi, de quem se veio a tornar um grande amigo. O missionário referiu a Gandhi que estava a caminho do Bangladesh, e quis saber que conselhos dava Gandhi a um missionário católico que se preparava para trabalhar entre os muçulmanos pobres do Bangladesh. Gandhi disse-lhe que se pusesse simplesmente ao serviço dos pobres, sem olhar à sua religião, e que não se preocupasse em fazer longos discursos com a intenção de os converter. Gandhi disse: “Sê como a rosa. A rosa é bela pelo simples facto de olharmos para ela. Procura viver no meio de nós simplesmente servindo”.
4. Gandhi disse mesmo nesse contexto uma frase que Bob McCahill acabaria por adoptar como seu lema de vida: “Uma vida de serviço e da máxima simplicidade é a melhor pregação!” E, de então para cá, Bob McCahill tem gastado a sua vida a servir humildemente aquele povo pobre. Nunca fez um sermão. Ninguém o vê rezar. Só o vêem servir com alegria. E aquele povo pobre pergunta-se: “Quem é este americano?” “Porque veio viver para o meio de nós?” E ele vai respondendo que só procura viver como Cristo viveu, servindo. E que é feliz assim.
5. Bob McCahill, hoje quase com 80 anos, fez recentemente uma conferência nas Filipinas. E começou assim: «Quero começar fazendo uma pergunta: “Quem é a pessoa mais feliz do mundo que vós conheceis? Pensai um bocadinho. A pessoa mais feliz do mundo”». E continuou: «Por acaso, alguma das pessoas presentes chegou à conclusão de que é a pessoa mais feliz do mundo? Se sim, fico muito contente por isso. Mas quero dizer-vos que eu também penso que sou a pessoa mais feliz do mundo. E não se trata do tipo de felicidade de quem ande sempre a rir-se. É a felicidade da Paz e da harmonia, da simplicidade e do serviço humilde. Esta felicidade é minha, porque me sinto um privilegiado por trabalhar com os pobres, por ser útil aos muçulmanos pobres do Bangladesh».
6. Felicidade, coisa tão rara nos tempos que correm. No meio das guerras e desavenças que avassalam o nosso mundo, aí fica um belo testemunho de paz, harmonia e felicidade.
P. António Couto