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Aproximava-se o Natal e lá para os lados da Lapónia o velho Pai Natal preparava-se para receber as cartas que milhares de crianças lhe enviavam, todos os anos, a pedir as tão desejadas prendas.
Mas...Num certo dia, alguém bate à porta da sua velha casa.
- Truz! Truz!
- Quem é?- Perguntou o Pai Natal
- Abra-me a porta! Sou a Luna.
O Pai Natal, porém, não abriu a porta e disse:
- Não conheço nenhuma Luna...
- Abra a porta e já me ficará a conhecer – disse Luna quase sem paciência.
O Pai Natal, porém, não estava decidido a abrira a porta e disse mais uma vez:
- Já não estou com idade para brincadeiras e não vou abrir a porta. Primeiro, porque não sei quem és. Segundo, porque o Natal está a chegar e não quero apanhar resfriados, pois posso ficar doente e as minhas crianças ficam sem prendas. Deixe uma carta se quiser.
Luna insistiu mais uma vez e nem mesmo o mau feitio do Pai Natal a fez desistir.
- Por favor, abra-me a porta! Preciso muito de falar consigo. È um assunto de vida ou morte.
Desta vez, o Pai Natal ficou assustado e abriu de imediato a porta.
E qual foi o seu espanto! Quando abre e vê uma mulher, já velhinha, cor de pele negra, com uns óculos parecidos aos seus, e um fato vermelho, também muito semelhante ao dele.
- Mas quem é a senhora? - Disse o Pai Natal gaguejando.
- Deixe-me entrar! Eu já lhe explico tudo! E feche a porta depressa para não apanhar o tal resfriado – disse Luna.
Ultrapassado este impasse, Luna acabou por entrar, sob o olhar de espanto do Pai Natal.
Ele estava tão admirado que até se esqueceu de a convidar a sentar.
Disse Luna:
- Será que não há por aí uma cadeirinha onde me possa sentar? É que já venho em viagem há longos meses e a idade já não ajuda.
- Peço desculpa mas estava distraído – disse o Pai Natal.
O velho lá arrastou uma cadeira e convidou Luna a sentar-se à lareira.
O Pai Natal às vezes é um bocadinho distraído e até se esquece das regras de boa educação.
Vamos perdoá-lo! É da idade...
- Pai Natal, desculpe estar a incomodá-lo, mas eu tinha de lhe fazer esta visita. Tenho um assunto que há anos que ando para resolver consigo. – Disse Luna, com ar sério.
- Não tem que pedir desculpas... Sabe, está a aproximar-se o Natal e eu começo a ficar ansioso, à espera das cartas das crianças, e talvez fique com um bocadinho de mau feitio. Por isso, é que eu peço muitas desculpas. Já agora! Deixe-me fazer-lhe uma pergunta!
- Porque é que tem um fato parecido com o meu? E esses óculos iguais aos meus? Essas rugas também iguais às minhas?...
- Sim vou responder-lhe as essas três perguntas.
O Pai Natal nem deu conta que, em vez de uma, fez três perguntas.
- Oh Luna, desculpe, mais uma vez. Eu tinha intenção de fazer-lhe só uma pergunta, mas elas saíram quase sem eu dar conta. Deve ser da idade - disse o Pai Natal.
- Sim, deve ser da idade, e está a chegar o Natal, começa ficar ansioso, e o resto da história já todos sabem. Então, vou responder-lhe a tudo isso e também direi qual a razão que me trouxe cá. Como já reparou, eu tenho muitas ciosas iguais às que o querido Pai Natal tem. Mas há uma pequenina diferença na cor da pele. Eu sou preta e o senhor é branco. – Disse Luna.
- Tem razão! Quase nem reparei. Até pensei que fosse dos meus óculos...Mas afinal é mesmo preta! Desculpe estar sempre a interromper, mas a culpa já deve ser da idade – disse o Pai Natal.
O Pai Natal estava tão surpreendido com a Luna que nem a deixava falar. Interrompia-a por tudo e por nada e a desculpa era sempre da idade.
Passadas longas horas de conversa, Luna conseguiu explicar qual a razão que a trouxe ali. Ela tinha vindo do continente africano e trazia a missão de levar até lá o velho Pai Natal.
Luna queria ver as crianças do seu continente sorrirem na noite de natal e acreditava que a solução seria levar o velhinho de barbas brancas.
Todavia, a tarefa era difícil...o velho Pai Natal não estava disposto a deixar a sua casa.
- Desculpe, cara Luna, eu até fiquei sensibilizado com o seu gesto, mas nesta altura tenho muitos afazeres e não posso deixar as minhas crianças sem as suas prendas.
Luna não desistiu à primeira e voltou a tentar.
- Por favor este Natal venha comigo até África! Acredite em mim! Aquelas crianças precisam de felicidade.
O Pai Natal ausentou-se por minutos e foi remexer uma caixa onde guardava as moradas e os pedidos das crianças dos anos anteriores.
E com olhar sério....disse a Luna:
- De facto, nesta lista não existem pedidos de crianças desse continente que eu nem sei o nome...
- Africano. - Disse Luna.
- Sim, Africano - repetiu o Pai Natal.
- Elas não sabem escrever e a culpa não é minha. Por isso não vou sair daqui e assunto encerrado.
- Pai Natal - suplicou Luna.
Luna bem tentou, mas não conseguiu convencer o Pai Natal de que havia um outro continente, onde as crianças não tinham alegria na noite de Natal.
Luna, porém, não se deixou vencer e persistiu.
- Eu, quando descobri que havia um homem velhinho de barbas brancas, com roupa vermelha, que distribuía prendas e, acima de tudo, fazia felizes as crianças, decidi fazer o mesmo: vesti-me de vermelho e comprei estes óculos, mesmo sem saber para serviam, (agora sei quer servem para ler as cartas), no dia de Natal, passeava-me pelas ruas e nada acontecia.
Ia para casa, triste e a pensar… Porque é que no outro lado do mundo as crianças ficam felizes com aquele velho e comigo não?
Será que é preciso magia?
Por isso, como se está a aproximar mais um natal, a minha esperança de fazer aquelas crianças felizes, volta a nascer.
Quando Luna, terminou de falar, o Pai Natal olhou-a e disse:
- Se eu for consigo, que direi aos milhares de crianças que esperam ansiosamente as minhas prendas?
- Não diga nada. Alguém resolverá isso por si.
Antes de partir, o Pai Natal foi à fábrica e ordenou que todas as prendas fossem enviadas para África. Luna sabia que não eram aquelas prendas esquisitas que iriam fazer aquelas crianças, sorrirem. Mas, ela não disse nada e tinha esperança que o Pai Natal chegasse sozinho aquela conclusão.
Ele resmungou, resmungou... mas aceitou o desafio de Luna e partiram juntos.
Todos pensaram que o Pai natal estava louco.
O natal estava mesmo, mesmo a chegar, e ele andava a conhecer África. Por todo o tempo ele manteve-se em silêncio e Luna começava a ficar preocupada! Até chegou a pensar que era o calor que lhe estava a fazer mal.
O que o estava a preocupar, era que as prendas que se encontravam na fábrica da Lapónia, não faziam sentido naquele local, eram demasiado esquisitas para aquelas crianças.
Luna já sabia disso, mas quis que ele fizesse sozinho essa descoberta.
De imediato, o velho deu ordens para que na Lapónia cancelassem o embrulho das prendas (agora sim, ficaram convictos que o Pai Natal estava mesmo a enlouquecer).
Afinal se os presentes não serviam, como é que eles iriam fazer aquelas crianças felizes?
O velho pediu que eles enviassem da Lapónia um papel que se encontrava na sua secretária.
E assim foi…
Chegou a noite de Natal…
Num lado do mundo, as crianças esperavam pelas suas prendas, mas o Pai Natal não chegava. Os pais disseram às crianças que o Pai Natal tinha sido sequestrado, elas ficaram tristes, mas depressa arranjaram outros presentes.
No outro lado do mundo… Pai Natal e Luna distribuíam afecto, carinho, paz e alguma comida, por todas as casas.
Pela primeira vez, graças à persistência de Luna, houve um natal diferente e as crianças daquele continente sorriram.
Será que eles sabiam que era noite de Natal?
Será que eles sabiam quem eram aqueles dois velhinhos?
Isso não importa. O que de facto importa é que houve um dia diferente. Com a magia daqueles velhinhos, houve um Natal africano.
O Pai Natal, depois de tantos anos, também teve um Natal bem diferente. Não houve correrias, cartas, brinquedos…
Sabem porquê?
Porque a magia daquele Natal africano estava guardada na receita dos afectos. Aquela que o Pai Natal tinha esquecido na gaveta.
Essa receita estava esquecida, porque nunca nenhuma criança a tinha pedido como prenda de Natal.
O velho Pai Natal agradeceu à Luna, por ela o ter ido buscar, e a felicidade dele era tanta que até se esqueceu que do outro lado do mundo havia milhares de crianças que não receberam a sua visita.
As crianças ficaram tristes por saberem que o Pai Natal estava “sequestrado”, mas os pais também são mágicos e conseguiram colmatar a ausência dele.
Missão cumprida…Houve felicidade, por todo o mundo, e o Natal chegou a todas as crianças.
Mas a história não acaba aqui. O Pai Natal tomou uma grande decisão…
A seguir à noite de Natal, pediu Luna
Agora, ele tinha ao seu lado uma companhia para toda a vida, ele que estava habituado a ser lembrado uma só vez durante todo o ano.
Mas as mudanças ainda não terminavam… O Pai Natal já estava cansado e agora é Luna a rainha do Natal.
A fábrica da Lapónia fechou, mas as crianças continuam a ser presenteadas na noite de Natal.
Todos os anos, quando chega esta altura a mamã natal, envia uma história a todas as crianças do mundo. Para as crianças africanas a receita dos afectos ainda funciona.
Desde que Luna se tornou a rainha do natal, os natais ganharam outra beleza. Não quer isto dizer que o Pai Natal não fosse digno do posto que ocupava, mas esta mamã tem uma ternura que conquista tudo e todos.
O Pai Natal, ao longo dos anos, habituou as crianças a receberem prendas muito esquisitas com dizia a Luna. Por isso, a velhinha teve um grande papel, o de quebrar com este velho hábito.
Demorou, mas as crianças foram - se habituando à mamã natal…
De facto, Luna mudou o Natal…só através do amor dela estendeu o natal a todos os continentes. Só com as suas histórias ele fez sonhar milhares de crianças, só com a sua ternura de mulher ela deu nova luz ao mundo. Só, com sua coragem e determinação, conseguiu tirar o velho Pai Natal do seu reino de materialismo. Só, com a sua magia, ela me deu a possibilidade de sonhar e acreditar que este natal virá a ser uma realidade.
Esta história surgiu, como um sonho, para este Natal.
Através dela, quero passar uma mensagem de amor, mas sobretudo de esperança…
· Esperança de que o Natal deixe de ser uma época de consumismo obsessivo;
· Esperança de que o velho Pai Natal consumista, dê lugar a uma mãe Natal, que com a sua verdadeira ternura de mãe, dê ao mundo uma nova luz…
· Esperança de que o Natal chegue a todo o mundo e que todas as crianças tenham o mesmo direito de serem felizes…
· Esperança de que cada um acredite que este Natal pode ser possível, basta que nós queiramos.
Ângela Magalhães
No passado dia 5 de Dezembro, os Leigos Boa Nova e o GASPorto realizaram um jantar/convívio sob o tema “Ser Voluntário é…” na Casa Agrícola, na Rua do Bom Sucesso – Porto.
Esta actividade integrou as comemorações do Dia Internacional do Voluntário promovidas pelo grupo de voluntariado da Plataforma das ONGD da qual a OMAS/Leigos Boa Nova faz parte.
Imperaram a boa disposição e a partilha de opiniões sobre isso de ser voluntário, conforme podemos constatar no vídeo anterior.