Nos dias 19 e 20 de Abril ocorreu mais um encontro dos Leigos Missionários Portugueses, com o tema “Relações Humanas e Vida em Grupo, promovido pela Fundação Evangelização e Culturas (FEC). Este encontro integra o Programa de Formação 2008 dos voluntários LBN, tendo estado presentes cerca de 30 pessoas entre voluntários leigos e religiosos consagrados de diversos grupos e congregações, incluindo 9 ligados aos LBN. O encontro foi animado pelo P. Álvaro Alves dos Santos da Comunidade Shalom. A organização logística ficou a cargo da Ana Patrícia Fonseca da FEC e da Ir. Deolinda Rodrigues das Missionárias Dominicanas do Rosário. Realizou-se em Fátima, no Centro Francisco e Jacinta Marto, casa dos Silenciosos Operários da Cruz.
O encontro começou na manhã de Sábado, tendo contado com diversas dinâmicas de grupo.
A primeira, o “Jardim Zoológico”, destinava-se a promover o auto-conhecimento através da escolha de um ou mais animais, incluídos numa lista, com cuja descrição nos identificássemos. Seguidamente algumas pessoas partilharam com o grupo os animais com quem se identificaram, bem como as razões para tal.
A segunda, a “Dinâmica dos Quadrados”, era feita em grupos de 6 elementos, onde 5 elementos tentavam construir 5 quadrados a partir de peças tipo puzzle. Cada pessoa recebia algumas peças num envelope, podendo dá-las aos companheiros. A 6ª pessoa tinha o papel de observador, devendo posteriormente descrever o que se passou para análise com o grupo. O jogo decorria em silêncio.
As lições principais desta dinâmica foram, talvez, que só se conseguiu chegar ao resultado final partilhando as peças e trabalhando em equipa, e que, tendo sido necessário retirar peças a quadrados entretanto feitos para permitir que todos os 5 fossem construídos, por vezes é necessário “desconstruir” algo que parece estar bem para construir algo maior.
Seguiu-se a “Dinâmica do Aquário”, que consistiu em dividir as pessoas em 5 grupos, dispostos em círculo: um interior que discutia um tema (foi escolhido “A Missão”), outro intermédio que observava o interior tentando responder a uma dada pergunta, diferente para cada pessoa (por exemplo, “Existiram oportunidades para que todos falassem?”, “Alguns elementos lutam pelo poder?”), e outro exterior que observava o que quisesse. Trocaram-se os papéis de modo a que todas as pessoas passassem por todos os círculos. Posteriormente fez-se a análise das diversas observações dos elementos do 2º círculo. As observações foram comentadas pelo P. Álvaro, tendo-se falado de temas como a importância da liderança, da definição de objectivos, capacidade de escuta e diálogo e tomada de decisões.
Em seguida foi feita uma análise do que tinha sido falado anteriormente, comparando com um texto distribuído que falava da cooperação entre os gansos em voo.
Após um breve intervalo e um momento de oração, tivemos oportunidade de ouvir os testemunhos de duas voluntárias que estiveram em Angola em 2007: da Inês Pereira, do movimento Ondjoyetu, que esteve 2 meses no Gungo, Cuanza Sul, e da Andreia Vicente, dos LBN, que esteve 1 ano na Gabela.
Após o jantar, houve um convívio onde os participantes, divididos em grupos, apresentaram pequenas peças onde se tentava representar, com humor, situações possíveis de vida em missão em grupo.
No Domingo, dia 20, após a Oração da Manhã, o P. Álvaro apresentou-nos “O Jarro”. O jarro representa cada um de nós. De dentro do jarro, ele foi retirando e comentando papéis onde estava escrito coisas que nos influenciam de dentro de nós: História pessoal, auto-conhecimento, mecanismos de defesa, memórias afectivas, vivências, sentimentos, chamamento de Deus e valores. Posteriormente colocou dentro do jarro outros papéis com coisas vindas de fora que também nos influenciam: Excesso de informação, imperialismo e guerras, sociedade cientificamente dominada, sociedade medíocre em valores, um mundo de apelos, consumismo, diversão e prazer, álcool/drogas/tabaco/comida/bebida, televisão, pessoas que nos atraem, pobres, outros jovens, o Evangelho, o movimento ou grupos a que pertencemos, a Igreja e povo de Deus, e os valores que não fizemos nossos. Perante isto, podemos “perdermo-nos dentro” enrolando-nos em nós mesmos, “perdermo-nos fora” vivendo dependentes do exterior, ou tentar integrar o que está dentro ou fora de nós.
Falou-se em seguida de sinais de maturidade afectiva: Apresentar uma imagem adequada de si, capacidades de receber, dar e compartilhar, resolver adequadamente as frustrações, encarnar um ideal transcendente, autonomia afectiva, adequação a novas situações, escolher satisfazer ou não satisfazer necessidades não vitais, assumir os próprios erros, aceitar-se a si próprio ou aos outros, interiorizar os valores do nosso ideal, tomar decisões prudentes, julgar adequadamente acontecimentos e pessoas, certa estabilidade e maleabilidade, e relações interpessoais boas e criativas.
Foi também dado um texto para oração / meditação sobre a Missão, seguiu-se a avaliação do encontro.
Concluiu-se com a Eucaristia, que incluiu um momento de envio das pessoas que estão prestes a partir.
Sérgio Alves [LBN]
O primeiro aspecto refere-se aos vitrais, que inundam o ambiente interior, com uma luz mística. Vistos a partir de fora, estes vitrais parecem escuros, carregados e até lúgubres. Mas, quando se entra no Templo, de repetente, tomam vida. Ao reflectir a luz que os atravessa, revelam todo o seu esplendor.
Muitos escritores usaram a imagem destes vitrais, para ilustrar o mistério da própria Igreja. Somente a partir de dentro, da experiência de fé e de vida eclesial, é que vemos a Igreja, tal como verdadeiramente ela é: cheia de graça, esplendorosa pela sua beleza, adornada por múltiplos dons do Espírito.
Consequência disto é que nós, que vivemos a vida da graça, na comunhão da Igreja, somos chamados a atrair todas as pessoas para dentro deste mistério de luz. Não é um compromisso fácil, num mundo que é propenso a ver a Igreja «a partir de fora», da mesma forma que aos vitrais: um mundo que sente profundamente uma necessidade espiritual, mas que acha difícil «entrar no» mistério da Igreja.
Também para alguns de nós, a partir de dentro, a luz da fé pode enfraquecer pela rotina. E o esplendor da Igreja pode ser ofuscado pelos pecados e fraquezas dos seus membros. O ofuscamento pode ser originado pelos obstáculos encontrados numa sociedade que, às vezes, parece ter esquecido Deus e que se irrita diante das exigências mais elementares da moral cristã.
Bento XVI, da homilia na missa celebrada na catedral gótica de St. Patrick’s em New York – 19.04.2008
Um milhão e duzentos meticais e sete computadores portáteis foram ontem entregues à Escola Secundária Solidariedade, nos arredores da cidade de Maputo, durante a visita efectuada pelas primeiras damas de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, e de Portugal, Maria Cavaco Silva.
Os computadores foram oferecidos pela primeira dama portuguesa e o dinheiro foi doado pelo grupo VISABEIRA, gestos que visam melhorar o funcionamento daquela unidade de ensino, que acolhe um número considerável de alunos carentes e vulneráveis.
Para além de visitar a “Solidariedade”, onde as primeiras damas inauguraram um pavilhão gimnodesportivo, também inteiraram-se das actividades desenvolvidas no Centro Vocacional Mães de Mavalane e no Centro Dia. As três iniciativas recebem apoios da Cooperação Portuguesa e são implementadas sob orientação dos missionários católicos da congregação Boa Nova.
Ao que soubemos, o Centro Vocacional Mães de Mavalane emprega mulheres vulneráveis em projectos de geração de rendimentos, tais como corte e costura e cestaria, enquanto que o Centro Dia acolhe crianças órfãs, abandonadas e outras em situação difícil. No local, estes menores estão também envolvidos em actividades de artes e ofícios, com destaque para a produção de batiques, para além da educação formal, que é totalmente gratuita.
Falando na ocasião, Virgília Matabele, Ministra da Mulher e da Acção Social, enalteceu o trabalho desenvolvido pela Cooperação Portuguesa e pelos padres da “Boa Nova” em prol da mulher e criança vulneráveis. Apelou aos presentes que continuem a trabalhar na melhoria das condições de vida daqueles dois grupos.
A primeira dama de Portugal aconselhou às crianças e às mulheres a trabalharem afincadamente para poderem desenvolver, acrescentando que só desta forma é que vão se livrar da pobreza.
“Vamos todos trabalhar. Vamos jogar a preguiça na lama porque só assim erradicaremos a pobreza e aí, eu e a Maria da Luz Guebuza, seremos as mulheres mais felizes”, disse.
De salientar que Maria Cavaco Silva começou a sua intervenção por exigir o título de “mamã”, com o qual havia sido tratada a Maria da Luz Guebuza, instantes antes.
Segundo o padre Anastácio Jorge, responsável pelos empreendimentos, as edificações, feitas de forma faseada, iniciaram-se em 1994, sendo que os centros custaram 640 mil euros e a escola 280 mil euros. Neste momento a escola serve a 2800 alunos e o centro acolhe 327 crianças vulneráveis.
Maputo, Terça-Feira, 25 de Março de 2008 :: Notícias
Fotos: Site da Presidência da República