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Apesar da passagem por Moçambique ter sido de apenas um mês, acreditamos ter ficado a conhecer alguns aspectos importantes do quotidiano do povo residente na região que visitámos. Convivemos com um povo único do ponto de vista cultural e contextual, mas também do ponto de vista médico, com patologias que nunca tínhamos contactado a não ser nos manuais.
No dia-a-dia do posto de saúde enfrentámos desafios que muito contribuíram para o nosso desenvolvimento humano e profissional. A inter ajuda e o convívio e cooperação com um profissional de saúde, cuja realidade e formação são distintas da nossa, permitiu consolidar e tornar mais apto o nosso trabalho em equipa.
Sentimos que, apesar de curta, a nossa experiência médica contribuiu para a elaboração de diagnósticos e planos terapêuticos que, de outro modo, não seriam efectuados. A desmistificação e esclarecimento acerca dos mecanismos de certas patologias contribuíram, por si só, para o bem-estar do paciente. Isto retrata-se, por exemplo, na satisfação que um dos pacientes manifestou quando o esclarecemos acerca da etiologia da sua doença – a epilepsia, considerada por aquele povo uma doença provocada por espíritos maléficos. No tempo que partilhámos com os elementos daquela comunidade, procurámos também despertar neles o sentido de responsabilidade pela própria saúde, alertando, entre outros, para a necessidade de cuidados higieno-dietéticos, prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e vacinação.
Lidámos diariamente com a falta de recursos materiais, designadamente medicamentos, que eram escassos quer em quantidade, quer em formas de apresentação e dosagem. Perante estas limitações, e confrontadas com a necessidade de dar resposta, demos por várias vezes azo à improvisação responsável, nomeadamente o fraccionamento de comprimidos para as crianças para a obtenção de menor dosagem.
Moçambique é um país economicamente pobre, com uma urgente necessidade de aposta na educação. O povo sofre a pobreza e outras necessidades, mas goza simultaneamente de uma serenidade e alegria de viver que nos contagiou. Mahipa apresenta um forte património natural e raízes culturais que lhe conferem uma riqueza muito própria. Ao vivermos em comunhão com este povo partilhamos as suas dificuldades, o que promoveu o nosso crescimento profissional e humano. Conhecemos e enfrentámos novas realidades e procurámos dar Mais Vida Para Ocúa.
Ana Filomena Martins; Carla Peixoto; Cindy Tribuna
Alunas do 4º ano da Licenciatura de Medicina
Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho
Orientador: Missionária Palmira Fátima Pires
Local de Elaboração do Projecto: Mahipa – Moçambique